terça-feira, 30 de novembro de 2010

Complicada inexistência

Quando não souber amar
Quando a luz do sol não lhe fizer dizer
Que a verdade é que existe
Uma inexistência em seu coração

A aba, o buraco
O túmulo à espera de um cadáver
Teu coração só sabe que não há nada
...Que os sons e as melodias não podem preencher.

Viver num ritmo acelerado
Pra esquecer os tons suaves.
Necessitar da adrenalina
A única maneira de fazer pulçar o coração.

Insana loucura; busca incessante
O algo que não existe dentro, algum dia poderá existir?
Cada passo é uma busca; cada estrela, uma espera.
Mas o mundo dá voltas, e não se sabe o que ainda virá.

Taís Prass

Fuga

Maldição!
Eu pensava que aqui não batia um coração.
E então tu me apareces,
Pra destruir com essa ilusão.

Ora! Eu não quero sentimento
Se é pra ele me ferir
E por mais contraditório que eu pareça
Desse sentimento quero sumir!

De que adianta o "amar" sem o "ser amado"?
É praga tua desgraçado!
De amor morreste,
Agora quem morre é o meu coração apunhalado.

Maldita flecha do cupido
Atacou meu coração o descabido!
- Pare lágrima de brotar,
Pois vou fugir desse amor e nunca mais voltar!


Taís Prass

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Erro

ERRO É TEU. Amei-te um dia
Com esse amor passageiro
Que nasce na fantasia
E não chega ao coração;
Não foi amor, foi apenas
Uma ligeira impressão;
Um querer indiferente,
Em tua presença, vivo,
Morto, se estavas ausente,
E se ora me vês esquivo
Se, como outrora, não vês
Meus incensos de poeta
Ir eu queimar a teus pés,
É que, - como obra de um dia,
Passou-me essa fantasia.
Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras.
Tuas frívolas quimeras,
Teu vão amor de ti mesma,
Essa pendula gelada
Que chamavas coração,
Eram bem fracos liames
Para que a alma enamorada
Me conseguissem prender;
Foram baldados tentames,
Saiu contra ti o azar,
E embora pouca, perdeste
A glória de me arrastar
Ao teu carro... Vãs quimeras!
Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras...

Machado de Assis