sexta-feira, 9 de julho de 2010

Planos..

Planejar é uma coisa complicada. Primeiro que nunca saberemos ao certo o que ocorrerá no dia seguinte ou o quanto nossa vida pode mudar de um minuto para outro. Planos à longo prazo podem ser uma canoa furada, um jeito provável de se entrar em uma crise de identidade ou então de se perder completamente na vida.
Quando crianças, traçamos uma rota de vida que normalmente inclui passar de ano no colégio, namorar, se tornar um profissional, casar, formar uma família, ter filhos... a idealização de uma vida perfeita. Mas o tempo vai passando, nossos objetivos e focos vão mudando, e agora a ideia de casar e ter filhos não agrada tanto. O objetivo de passar de ano continua, a de se tornar um profissional permanece, porque o colégio nos remete a pensar nisso. Namorar já não é algo tão sério agora, o lance é "ficar". As obrigações estão maiores, mas a dependência é algo prazeroso, ainda.
Perto da formatura de Ensino Médio é então que a ficha começa a cair (ou deveria), que vemos quão amplo é o mundo, quão cheio de rotas ele é. Tudo o que nos era certo passa a ser pouco, queremos conhecer tudo até decidirmos onde por certo seguir. A formatura chega. Hora de um novo mundo. As decisões da profissão tomadas (incertas, por certo), mas agora todos os planos, todos os planejamentos que já estavam meio confusos na hora de decidir a profissão, entram em total "parafuso". Agora nada mais está certo do que acontecerá, somente uma coisa, é hora de romper o cordão umbilical da dependência dos pais e gritar como Dom Pedro I: Independência ou morte!
Todos os seus planos foram ralo abaixo, um mundo novo começou. Você percebe, então, que os panos não existem à longo prazo. Mas, se nesse momento você insiste em querer segui-los, pode acabar entrando em depressão, porque a vida já mudou e você não se tocou ainda.
A ideia de viver cada dia por sua vez se torna algo obrigatório e é preciso aprender a viver assim. Os planos já não existem, a não ser para a agenda do dia seguinte, agora tudo o que você tem são sonhos. Mas os sonhos não são frustrantes como os planos, porque os sonhos são o alento do dia a dia, são a fulga, o prazer, e não a obrigação. Agora você sabe que pra ser feliz e viver bem não se pode planejar a vida, pois é preciso vive-lá. É preciso sonhar e deixar os sonhos alçarem voo.
Taís Prass

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